DEUS: ANDAI-ME
Vozes, dores, amores
(Komedi, 2009)
Um jogo de luzes e sombras, um roteiro incandescente pela geografia do medo, da dor, do prazer e da libertação. Assim é o livro de poesias Deus: Andai-Me! Vozes, Dores, Amores, de Maria do Rosário Lino, que teve lançamento em Campinas em 2009. O lançamento aconteceu na Biblioteca Adir Gigliotti, em promoção da Editora Komedi e Projeto Chá e Poesia.
Este é o 22º livro de Maria do Rosário Lino, jornalista e escritora, autora de livros de poesia, ensaios e literatura infantil. “Jornalismo, para mim, é a realidade da Terra. Poesia é transcendência universal!”, diz a autora. Nascida em Piracicaba (SP), a autora já atuou, como jornalista, em publicações nacionais e estrangeiras, na linha de direitos humanos, como na Agência Ecumênica de Notícias (Agen-SP) e tendo colaborado por exemplo com Noticias Aliadas, do Peru. Deus: Andai-Me! é um livro no qual a poesia soa como um tributo à vida em todas as suas dimensões, como na esfera do amor, em versos como “As toalhas estão úmidas de amor/E nas suas relvas habita o desejo”. As dores também estão presentes, como nos versos “Vida. O que disse a vida/Dos dissabores de ontem?” A autora explica: “Descobri que cada um de nós é tempo de Deus, e portanto território sagrado”.
Acima de tudo está a esperança, como em “Na verdade a liberdade/Beira o horizonte”. Versos ainda para dignificar a poesia (“A poesia é um mantra”) e para celebrar a presença divina: “Não, nunca Deus é um entardecido”. Diz a autora: “Esse meu 22º livro, de poesia, é o mais importante da minha vida. É meio melancólico como eu, romântico como eu, tem (des)esperança como eu, mas não sou eu. É a vida de personagens com quem a gente cruza e quase nunca conhece. Mas eles existem.”
Entre os livros de poesia de Maria do Rosário Lino estão “Órbita Azul”, “Do fel ao mel, a fonte”, “Atóis da liberdade”, “Eu te orvalho, tu me orvalhas” e “Perfume Noir”. “A Luz é o Corpo da Alma” é título de livro e de seu blog.
Este é o 22º livro de Maria do Rosário Lino, jornalista e escritora, autora de livros de poesia, ensaios e literatura infantil. “Jornalismo, para mim, é a realidade da Terra. Poesia é transcendência universal!”, diz a autora. Nascida em Piracicaba (SP), a autora já atuou, como jornalista, em publicações nacionais e estrangeiras, na linha de direitos humanos, como na Agência Ecumênica de Notícias (Agen-SP) e tendo colaborado por exemplo com Noticias Aliadas, do Peru. Deus: Andai-Me! é um livro no qual a poesia soa como um tributo à vida em todas as suas dimensões, como na esfera do amor, em versos como “As toalhas estão úmidas de amor/E nas suas relvas habita o desejo”. As dores também estão presentes, como nos versos “Vida. O que disse a vida/Dos dissabores de ontem?” A autora explica: “Descobri que cada um de nós é tempo de Deus, e portanto território sagrado”.
Acima de tudo está a esperança, como em “Na verdade a liberdade/Beira o horizonte”. Versos ainda para dignificar a poesia (“A poesia é um mantra”) e para celebrar a presença divina: “Não, nunca Deus é um entardecido”. Diz a autora: “Esse meu 22º livro, de poesia, é o mais importante da minha vida. É meio melancólico como eu, romântico como eu, tem (des)esperança como eu, mas não sou eu. É a vida de personagens com quem a gente cruza e quase nunca conhece. Mas eles existem.”
Entre os livros de poesia de Maria do Rosário Lino estão “Órbita Azul”, “Do fel ao mel, a fonte”, “Atóis da liberdade”, “Eu te orvalho, tu me orvalhas” e “Perfume Noir”. “A Luz é o Corpo da Alma” é título de livro e de seu blog.
Eu te orvalho,
tu me orvalhas
(Komedi, 2004)
A poesia de Maria do Rosário Lino, em seu livro "Eu te orvalho, tu me orvalhas", o décimo-segundo de poesias de sua autoria, é uma mistura de volúpia pela vida e de protesto contra a dor denunciada por lágrimas embarrigadas, grávidas do exílio e das injustiças. Em suas páginas, as flores latejam de desejo e a alegria se expõe nos fiapos de sol. Alguns poemas do livro, editado pela Editora Komedi:
Levem-me, levem-me os pardais
em direção às rúculas e alfaces gigantes
longe dos homens de vinagre e álcool.
Quero rememorar os beijos da natureza
abstraídos da simultaneidade dos sinos.
Hinos de cangurus tropicais me darão
as boas-vindas e uma legião de pingüins rosa
dançara no lago
sob a lua azul e a abóboda celeste.
Comendo abóboras silvestres, serei plenamente feliz.
Hieróglifos e pergaminhos
de mim percorrem
meus tempos idos
e vindos, como ondas
de mar. Amar sempre
foi minha lida. Mas
não os leio. Apenas
nado e flutuo em suas
águas bebendo sua magia,
tardia, atual, uma nau
sem capitânia. Um sal
bento que me faz doce.
Acordo com uma brisa inaudível
e um ímpeto. Abrir a janela!
Na varanda algumas gotas de chuva
tatuam-se na minha pele
feito ranhura de paixão vociferante.
Lembro da mulher amada, distante.
Abro os poços dos meus olhos transparentes.
E por todos os poros do desejo: orvalho-me.
PERFUME
NOIR
(Komedi, 2006)
Perfume Noir é o 18o livro de Maria do Rosário Lino, que atinge a maturidade poética ao transitar entre a vertigem do lirismo e a mais profunda inquietação existencial. Os caminhos que a autora percorre seguem uma cartografia espiritual lancinante, revelando a cada verso, a cada dobra de seu projeto artístico, um território literário novo, uma ilha estética ainda virgem da confecção poética. Se em alguns momentos Maria do Rosário tangencia os abismos civilizatórios, os hiatos do patrimônio cultural humano, em outros ela transcende a dura crosta da realidade para nos presentear com pérolas de esperança cintilante. Esta é uma poesia que exala o perfume do amor universal. Este é um livro para o deleite dos sentidos. (Contracapa de "Perfume Noir")
HAI-KAI
A paz foi enterrada viva.
Ela há de emergir novamente
e de dar à luz o seu filho.
ESPÍRITO VIVO
Ah! Sua sabedoria profética
projetava orquídeas no caos.
Estivera na Namíbia
em dias autênticos
e seu desprendimento da vida
lhe abria os pórticos do céu.
Um véu de luzes o acompanhava
e um corcel branco o seguia
noite e dia na vazia missão
de recriar esperanças.
Dança de sentimentos
entrecruzados nas lembranças
alheias, urdidos de comiseração.
Qualquer banimento de vidas
o encontraria cáustico e suado
como um trabalhador braçal.
Sua meditação com sal bento
curava feridas de veneno mortal.
Aquele alento acalentava saudades
perdidas nas enruzilhadas existenciais.
Fatais eram meias medidas.
Exigia-se muito mais das madrugadas
despertas à espera das pestes zumbideiras.
As vestes do ancião, não as via ao longe
tal qual um monge nivelado nas sombras.
Mas ele estava bem ali para vencer aquela guerra.